
Rede colaborativa amplia monitoramento de espécies marinhas no litoral do Paraná
Iniciativa marca peixes e tartarugas com transmissores acústicos e cria banco de dados para apoiar a conservação marinha no Paraná
O litoral do Paraná ganhou uma nova iniciativa para ampliar o conhecimento e a conservação de sua riqueza marinha. Com financiamento do Biodiversidade Litoral do Paraná, o Instituto Meros do Brasil está implementando a Rede de Telemetria do Litoral do Paraná (RETELIPA), uma ação colaborativa voltada ao monitoramento de espécies marinhas no Complexo Estuarino de Paranaguá e na plataforma costeira adjacente.
O projeto prevê a instalação de novos receptores de telemetria, a marcação de 41 animais de dez espécies diferentes — nove de peixes e uma de tartaruga — com transmissores acústicos e a criação de um banco de dados aberto a gestores públicos e instituições parceiras. As informações geradas poderão subsidiar licenciamentos ambientais, além de apoiar políticas de uso sustentável dos recursos marinhos.
“Os principais avanços são o aumento de espécies monitoradas e o número de indivíduos de cada espécie. Aliada a isso temos a ampliação da rede de parceiros e de equipamentos monitorando os animais em tempo real”, explica o gestor do projeto, Matheus Freitas, doutor em Ecologia e Conservação e pesquisador do Instituto Meros do Brasil.
Colaboração em rede
A RETELIPA é coordenada pelo Instituto Meros do Brasil e tem a colaboração da Associação MarBrasil, do Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR (LEC/UFPR), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Diretoria de Patrimônio Natural (DIPAN), do Instituto Água e Terra (IAT) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A iniciativa integra ciência, gestão e políticas públicas, aproximando diferentes setores em torno de um mesmo objetivo: a conservação da biodiversidade costeira do Paraná.
O marco inicial do projeto foi o 1° Workshop da Rede de Telemetria do Litoral do Paraná, realizado no final de agosto no Centro de Estudos do Mar da UFPR, em Pontal do Sul. O encontro discutiu diretrizes e formas de governança da rede, que será fundamental para o monitoramento marinho no estado.
O evento foi organizado pelo Instituto Meros do Brasil, pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR e pelo Projeto MegaCoast, reunindo parceiros como os Núcleos de Gestão Integrada do ICMBio em Matinhos e Antonina-Guaraqueçaba e o Instituto Água e Terra. Segundo Matheus Freitas, a integração entre instituições tem sido essencial. “Temos diferentes capacidades trabalhando em conjunto em prol da conservação dos peixes e tartarugas. Esse trabalho em parceria também reduz os custos operacionais e, consequentemente, amplia as possibilidades”, afirma.
Avanço para a conservação
Ao ampliar a malha de monitoramento acústico e integrar instituições, a RETELIPA representa um avanço significativo para a ciência e a gestão ambiental no litoral paranaense. A expectativa é que os dados coletados fortaleçam a tomada de decisão e contribuam para garantir o uso sustentável dos recursos marinhos e a proteção das espécies que habitam a região.
“O apoio do Biodiversidade Litoral do Paraná foi fundamental para conseguirmos de forma efetiva implementar uma malha de equipamentos instalados e na aquisição de novas marcas que estão sendo inseridas nos animais, além de ter proporcionado a criação oficial da rede de telemetria do Paraná, por meio de workshops de trocas de saberes e definições de estratégias”, conclui Matheus.
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Foto: Instituto Meros do Brasil