
46 projetos ambientais já foram selecionados pelo Programa Biodiversidade do Litoral do Paraná
Iniciativas contemplam áreas de conservação, recuperação de ecossistemas e fortalecimento da biodiversidade local
O Programa Biodiversidade do Litoral do Paraná já contabiliza 46 projetos socioambientais apoiados. Selecionadas por meio de chamadas públicas organizadas pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), as iniciativas foram escolhidas com base em critérios técnicos que avaliam relevância ambiental, impacto socioeconômico, viabilidade e alinhamento com as diretrizes do Programa.
Os projetos contemplam diferentes regiões do litoral paranaense, incluindo municípios como Paranaguá, Guaratuba, Antonina, Morretes, Matinhos e Pontal do Paraná. Também beneficiam Unidades de Conservação (UCs) e áreas naturais como o Parque Nacional de Superagüi, o Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, a Estação Ecológica de Guaraqueçaba, a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaratuba e o Parque Estadual do Pau-Oco.
As áreas de atuação são diversas: preservação de ecossistemas, educação ambiental, incentivo ao turismo sustentável, recuperação de áreas degradadas, planos de manejo, entre outras. Algumas das espécies que estão no foco das iniciativas incluem o papagaio-de-cara-roxa, a toninha, o bicudinho-do-brejo, o mico-leão-da-cara-preta, a jacutinga, o queixada e a onça-pintada.
Para Ricardo Brochado Alves da Silva, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiveridade (ICMBio) e representante da Gerência Regional Sul do ICMBio (GR/5) no Conselho Gestor do Programa Biodiversidade Litoral do Paraná, o conjunto de ações representa um esforço articulado para a conservação de um dos biomas mais importantes do país.
“Todos os projetos compõem as diversas iniciativas do Programa, que tem foco na conservação da biodiversidade em uma região extremamente importante como componente de uma zona núcleo dos remanescentes do Bioma Mata Atlântica no país. Assim, espera-se que os projetos contribuam para a melhoria da qualidade ambiental do território, trazendo condições mais adequadas para a manutenção da biodiversidade e serviços ecossistêmicos associados. Cada qual em suas temáticas, territórios e pessoas envolvidas”, afirma Ricardo.
Além da proteção ambiental, os projetos também fortalecem comunidades tradicionais e agricultores familiares em regiões costeiras, gerando renda por meio de práticas agroecológicas e iniciativas comunitárias. Essa conexão entre preservação e desenvolvimento local promove segurança alimentar e impulsiona uma economia mais sustentável.
“Investir na conservação da biodiversidade é algo que realmente faz a diferença para todos nós. Quando cuidamos das espécies, dos habitats e do funcionamento dos ecossistemas, além do necessário respeito à natureza em si, estamos protegendo recursos que usamos todos os dias, como água limpa, ar puro e alimentos. Além disso, a conservação impulsiona o turismo sustentável, gerando empregos e renda para comunidades locais. Também há benefícios relacionados como a redução de custos com desastres naturais e a manutenção de serviços ecossistêmicos que apoiam setores como a agricultura e a pesca. Portanto, investir na biodiversidade ajuda o funcionamento do planeta e também traz retornos econômicos importantes e duradouros para a nossa espécie”, complementa Ricardo.
Instituições executoras
Entre as instituições responsáveis pela implementação dos projetos estão prefeituras municipais, organizações da sociedade civil, universidades e institutos de pesquisa com histórico de atuação em conservação ambiental e fortalecimento comunitário. Fazem parte dessa rede instituições como Mater Natura, Instituto Meros do Brasil, SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental e Associação MarBrasil. Elas recebem suporte técnico e financeiro para a execução das ações previstas nos projetos, além de acompanhamento contínuo para assegurar a efetividade das intervenções propostas.
Segundo Ricardo, esse acompanhamento ocorrerá de forma articulada. “Deverá ocorrer em duas linhas gerais: uma que acontece na escala do projeto em si, pelo acompanhamento do alcance de suas metas e objetivos específicos e outro na escala do Programa como um todo, por meio da implementação de uma estratégia de monitoramento, em desenvolvimento, que deve trazer informações dos impactos das ações na qualidade ambiental do território e permitir eventuais medidas de gestão, no sentido de direcionar esforços na execução desses projetos para a maior efetividade possível. Isso sempre com o cuidado de que as ações apoiadas tenham os maiores impactos positivos possíveis no curto, médio e longo prazo”.
Sobre o Programa Biodiversidade Litoral do Paraná
Criado em 2021, o Programa Biodiversidade Litoral do Paraná promove a conservação, a pesquisa e o uso responsável dos recursos naturais, fortalecendo Unidades de Conservação e impulsionando o desenvolvimento sustentável do litoral paranaense. Financiado pelo Termo de Acordo Judicial (TAJ) firmado após o vazamento de óleo ocorrido em 2001, o Programa investirá mais de R$ 110 milhões em iniciativas estratégicas ao longo de dez anos.
A governança do programa é compartilhada entre organizações da sociedade civil, instituições de ensino superior e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), supervisionados pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Paraná. A gestão financeira e operacional do Programa é realizada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).
Para conhecer mais sobre cada um dos projetos selecionados, suas áreas de atuação, objetivos e impactos esperados, acesse a área de Iniciativas Apoiadas.
Foto: Daniel Zambiazzi Miller/Mater Natura